quarta-feira, 29 de março de 2017

Cine Troppo - De 30/03 a 05/04/17

CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho



O Cinema de Serguei Eisenstein

A Associação de Críticos de Cinema do Pará (ACCPA) vai homenagear o cineasta ruso Serguei Eisenstein com a exição (em duas partes) do clássico “Ivan, O Terrível” realizado em 1944. Eisenstein é um dos artistas mais importantes do cinema a partir da sua teoria revolucionária da montagem cinematográfica. O cinema mudou desde que Eisenstein entendeu as possibilidades da montagem na concepção de um filme. Entre suas teorias estudadas por quem avalia o cinema como arte posso citar a diversidade da montagem ritmica, harmônica, tonal e intelectual. Estes conceitos surgiram na prática em filme fundamentais como “O Encouraçado Potemkim” (1925) e “Outubro”(1927) que são obras essenciais para o cinema.
“Ivan, o Terrível” é um filme épico histórico dividido em duas partes.  A primeira parte foi lançada em 1944, e a segunda parte somente em 1958 (pois foi proibida pelo lider do governo soviético Stalin que não gostou do desenvolvimento da história). Eisenstein chegou a trabalhar em uma terceira parte para finalizar a história, mas as filmagens da parte III foram interrompidas por problemas políticos. Em 1547, Ivan IV (1530-1584), arquiduque de Moscou, se auto-proclama o Czar de Rússia e se prepara para retomar territórios russos perdidos. Superando uma série de dificuldades e intrigas, Ivan consegue manipular as pessoas destramente e consolidar seu poder. Na segunda parte, após sua esposa morrer envenenada, Ivan (Nikolai Tcherkassov em magistral atuação) encontra-se sozinho na luta pela unificação da Rússia. Enquanto tenta expulsar os invasores, o czar precisa ainda escapar das constantes tentativas de assassinato tramadas pelos inimigos, entre os quais está Efrosinia, tia de Ivan, que sonha com o poder nas mãos do filho Vladimir.
”Ivan, O Terrível” é um magnífico exemplo de realização cinematográfica. Da fotografia, cenários, iluminação, figurinos, atores, roteiro e direção, é um filme marcante. Suas reflexões sobre política e poder são atuais e a inspirada direção de Eisenstein revela mais uma vez seu potencial artístico que merece ser conhecido/estudado. Serguei Eisenstein morreu em 1948 em decorrência de um ataque cardíaco, mas sua obra e legado são atemporais. A primeira parte de “Ivan, O Terrível” será exibida no dia 03/04 e a segunda parte no dia 17/04 no cineclube Alexandrino Moreira (Casa das Artes) com sessão às 19h, entrada franca e debate após a exibição.
*O Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) realizou mais uma ação no dia 28/03 com palestra da professora Luzia Miranda Álvares sobre as imagens das mulheres no cinema. Agradeço a minha mestra Luzia pela abordagem importante num tema tão significativo, agradeço ao apoio da Casa das Artes e ao público presente. Em abril, o professor John Fletcher realizará uma palestra sobre o cinema político do cineasta francês Jean-Luc Godard.
*Em Maio, na Sessão Cult (parceria do cine Líbero Luxardo e ACPPA), haverá uma sessão comemorativa aos 30 anos do lançamento do filme "Nascido para Matar" de Stanley Kubrick. É mais um dos clássicos deste grande diretor que marcou a história do cinema. Em breve maiores informações.
*O cinema Olympia vai realizar um festival de musicais dentro da programação comemorativa dos 105 anos de sua fundação que aconteceu em 1912. Entre os filmes selecionados, clássicos como “Cantando na Chyva”, “Gigi” e “O Picolino”. Entrada franca.

INDICAÇÕES

ESTREIA

“Elle”
Filme de Paul Verhoeven
Cine Líbero Luxardo

CONTINUAÇÃO

“Neruda”
Filme de Pablo Larrain
Cine Líbero Luxardo

LIVRO
“Viagem pelo cinema Silencioso Brasileiro”
Org. Samuel Paiva e Sheila Schwarzman
Editorial Azougue

CINECLUBE

“Ivan, O Terrível” (1944)
Filme de Serguei Eisenstein
Cineclube Alexandrino Moreira - Dia 03/04

MEMÓRIA


“A Dupla Vida de Veronique”(1992)
Filme de K. Kieslowski
Cartaz exibido nos cinemas franceses nos anos 90

 AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira:
Dia 03/04 – O Cinema de Serguei Eisenstein: ”Ivan, O Terrível” (parte 1). Sessão às 19 h. Entrada franca.
*Cine Olympia:
Até dia 05/04 – “Semana de Cinema Alemão”. Sessão às 18h30min (exceto domingo às 17h30min). Entrada franca.
Em Abril – Programação especial dos 105 anos de fundação do cinema Olympia.
*Cine Líbero Luxardo:
Até dia 26/03– "Elle", “Neruda”, “Olhar Instigado” e “O Ornitólogo”
Dia 22/04 – “A Primeira Noite de Tranquilidade” com Alain Delon. Sessão Cult às 15h. Entrada franca.




quinta-feira, 23 de março de 2017

Cine Troppo - De 23 a 29/03/17

CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho



O cinema humanista de Ken Loach 
"Eu, Daniel Blake" é um filme que busca a realidade sem delírios ou ilusionismos formais ou visuais. A história de Daniel Blake é a mesma de diversos personagens reais que trabalham, produzem e geram "lucros" para empresas e/ou estado, mas que buscam pelos seus direitos sem encontrá-los no momento em que não "servem" mais para o sistema. Filmado com simplicidade com claras influências do cinema neo-realista italiano (que evidenciava filmagens em locações reais com luz natural e histórias do dia a dia do povo italiano como em “Ladrões de Bicicleta” de Vittorio De Sicca), "Eu, Daniel Blake" nos lembra de um humanismo que muitas vezes está ausente de muitas produções no cinema atual. Entendo que o cinema como arte deve registrar com mais frequência este aspecto. Loach, com sensibilidade, realizou um belo e amargo trabalho que merece diversas análises fílmicas.
O filme nos mostra a história de Daniel Blake (ótima atuação de Dave Johns),vivúvo de 50 anos que diagnosticado com um grave problema de coração, tem indicação médica para deixar de trabalhar. Mas quando tenta receber os benefícios do Estado que lhe concedam uma forma de subsistência, enfrenta forte burocracia que muitas vezes é constrangedora e injusta. Ele tenta provar a sua incapacidade, mas não consegue respeito e solidariedade do aparelho estatal. Durante uma espera numa repartição da Segurança Social, Blake conhece Katie (Hayley Squires), uma mãe solteira de duas crianças que precisa de auxílio financeiro. Ambos acabam se aproximando pelas dificuldades e tentam encontrar esperanças.
“Eu, Daniel Blake” pode parecer um filme prevísivel na sua narrativa e desfecho, mas entendo que o que acontece com este e outros personagens que lutam pela sua sobrevivência é prevísivel também, pois atos de injustiça e desprezo acontecem todos os dias nas filas e instituições públicas. Prevísivel, mas realista? Sim. Óbvio talvez em algumas conclusões, mas realista? Sim. No final, amargo e real, percebemos que Blake perde sua luta, seus direitos. E no dia seguinte, tudo continua. As injustiças, a falta de solidariedade, a falta de direitos, a falta de humanismo, a falta de respeito. “Eu, Daniel Blake” provoca reflexões e emoções. Vencedor da Palma de Ouro na edição de 2016 do Festival de Cinema de Cannes é um filme digno da carreira de Kenneth Loach, cineasta com uma filmografia que apresenta fortes contextos políticos, sociais e comportamentais como em “Vida em Família” (1972) e “Ventos da Liberdade” (2006). Assista a seu novo filme e procure conhecer sua obra. Ken Loach merece nossa atenção.
*A próxima ação do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) acontecerá no dia 28/03 na Casa das Artes com palestra da professora e crítica de cinema Luzia Miranda Álvares sobre a Mulher e a forma como é/foi representada no Cinema. “De Branca de Neve às Vadias: Imagens da Mulher no Cinema” terá Inscrições gratuitas que poderão ser realizadas no local da palestra.

INDICAÇÕES
ESTREIAS

“Neruda”
Filme de Pablo Larrain
Cine Líbero Luxardo

“Fragmentado”
Filme de M. Night
Com James McAvoy

PALESTRA
“De Branca de Neve às Vadias: Imagens da Mulher no Cinema”
Palestra da professora Luzia Miranda Álvares
Centro de Estudos Cinematográficos (Casa das Artes) – Dia 28/03

CINECLUBE
“O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro” (1969)
Filme de Glauber Rocha
Cineclube Alexandrino Moreira - Dia 27/03

MEMÓRIA
“A Fraternidade é Vermelha” (1995)
Filme de K. Kieslowski
Cartaz exibido nos cinemas franceses nos anos 90

 AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira:
Dia 27/03 – O Cinema de Glauber Rocha: “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro” (1969). Sessão às 19h. Entrada franca.
*Cine Olympia:
Até dia 28/03 – “Semana Francofonia”. Exibição de filmes falados em francês. Sessão às 18h30min (exceto domingo às 17h30min). Entrada franca.
*Cine Líbero Luxardo:
Até dia 26/03– “Neruda” e “Eu, Daniel Blake”.
*Cineclube da Casa da Linguagem:
Dia 30/03 – “Gravidade” de Alfonso Cuarón. Sessão às 18h. Entrada franca.






quarta-feira, 15 de março de 2017

Cine Troppo - De 16 a 22/03/17

CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho


 ACCPA faz homenagem a Glauber Rocha

A Associação de Críticos de Cinema do Pará (ACCPA) vai homenagear o cineasta Glauber Rocha com a exibição de dois filmes importantes de sua filmografia: “Terra em Transe” (comemorando os 50 anos de lançamento do filme) e “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro” (1969). Ambos merecem revisão sob outros olhares após tantos anos de realização. Os filmes de Glauber Rocha merecem novas interpretações. Sua obra é atemporal e seus filmes possuem reflexões relevantes para o cinema mundial. Glauber faleceu muito novo, em 1981, e desde então seu trabalho tem sido estudado por diversos teóricos do cinema. Por essa entre outras razões, a ACCPA faz uma oportuna reverência à sua obra na expectativa que novos cinéfilos percebam e se interessem mais pelo seu cinema. “Terra em Transe” será exibido no dia 20/03 e “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro” no dia 27/03. Logo após a exibição, acontecerá debate com minha participação. Pretendo exibir nessas sessões alguns trechos de entrevistas de Glauber além de citações e declarações de sua autoria publicadas em diversos livros. “Terra em Transe”, homenageado especial pelos 50 anos de seu lançamento nos cinemas, é um dos melhores filmes de Glauber e do cinema nacional. O filme provoca discussões estéticas e políticas como poucas vezes se testemunhou na história do cinema brasileiro. Por isso, vale se programar para ver/rever este clássico do cinema mundial. Ave Glauber!


*Ainda sobre “Silêncio”. A discussão sobre a estética cinematográfica é sempre interessante. “Silêncio” de Martin Scorses instiga debates/críticas sob vários prismas: o ritmo lento de algumas cenas, a ausência de música em grande parte da narrativa, o aspecto contemplativo/reflexivo dos personagens principais, a percepção diferenciada nas filmagens da natureza como elemento de composição estética (como faz Terrence Malick nos seus filmes como “A Árvore da Vida”), as pausas nos diálogos dos personagens principais (permitindo a imersão do espectador), a influência do cinema clássico japonês (como Akira Kurosawa) na construção de diversas cenas e por fim, sua longa duração que permite o envolvimento do espectador em tantos temas abordados. Todos esses elementos escolhidos por Scorsese são preferências e influências estéticas de um diretor que, ao mostrar uma história de fundo religioso e político, pretende dimensionar seu cinema. Um cinema que existe desde o final dos anos 60 e que, de alguma maneira, pretende ser/exisitr como possível referência cinematográfica para aqueles que estudam cinema. Caso o espectador procure em “Silêncio” um filme padronizado que procure agradar o público, lamento, mas não vai encontrar. “Silêncio” vai por outro caminho. Entendo que devemos pensar fora de um contexto de cinema como produto para muitas vezes alcançarmos certos filmes que querem/pretendem ser uma verdadeira expressão artística. É o caso deste belo filme de Scorsese. Veja sem falta!
*A Semana Francofonia promovida pela Aliança Francesa apresentará uma mostra de filmes no cinema Olympia no período de 16 a 28/03. Alguns filmes inéditos merecem destaque como o documentário “Obrigado Patrão” que ganhou o “César” de melhor documentário de 2016. Vale conferir. Entrada franca.
*E o Kong de 2017 ficou aquém de qualquer versão, especialmente de 1933. História fraca, mal desenvolvida, cheia de clichês e previsível. Se for para ser assim, melhor não mexer com um dos personagens mais fascinantes do cinema. Vou correndo rever a versão de 1933. Aqui, Kong reina, como deve ser, sempre.
*A próxima ação do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) acontecerá no dia 28/03 na Casa das Artes com palestra da professora Luzia Miranda Álvares sobre a Mulher e a forma como é/foi representada no Cinema. Inscrições gratuitas poderão ser realizadas no local da palestra.

INDICAÇÕES
ESTREIAS

“Eu, Daniel Blake”
Filme de Ken Loach
Com Dave Johns


“A Bela e a Fera”
Filme de Bill Condon
Com Emma Watson
Semana Francofonia
Cine Olympia
De 16 a 28/03/17

CINECLUBE

“Terra em Transe” (1967)
Filme de Glauber Rocha
Cineclube Alexandrino Moreira - Dia 20/03

MEMÓRIA
“A Igualdade é Branca” (1995)
Filme de K. Kieslowski
Cartaz exibido nos cinemas franceses nos anos 90

 AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira:
Dia 20/03 – O Cinema de Glauber Rocha: “Terra em Transe” (1967). Sessão às 19h. Entrada franca e debate após a exibição. Dia 27/03 – “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1969). Sessão às 19h. Entrada franca.
*Cine Olympia:
Até dia 28/03 – “Semana Francofonia”. Exibição de filmes franceses. Sessão às 18h30min (exceto domingo às 17h30min). Entrada franca.
*Cine Líbero Luxardo:
Até dia 26/03– “Eu, Daniel Blake” e "A Morte de Luís XIV".






sábado, 11 de março de 2017

Cine Troppo - De 09 a 15/03/17

CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho



“Silêncio” é um filme sobre a fé

“Silêncio” é um dos principais lançamentos da semana. O filme é um antigo projeto do cineasta americano Martin Scorsese (Taxi Driver/Touro Indomável/ Os Bons Companheiros). As questões religiosas que estão na história sempre lhe interessaram. Segundo o diretor, ele sente uma grande admiração pelo coração e convicção pelos cristãos japoneses que foram torturados pelas autoridades do país no século 17. E por isso, essa história merecia ser filmada. O desejo de realizar este projeto durou 30 anos e iniciou quando Scorsese leu o livro e se identificou com suas próprias inclinações e dúvidas religiosas. O filme é baseado no livro homônimo do japonês Shusaku Endo (1923-1996) publicado em 1966 que narra o desespero de missionários jesuítas portugueses no século XVII ao se depararem com o silêncio de Deus frente às torturas das autoridades japonesas contra os católicos.
“Silêncio” mostra a odisseia de dois padres jesuítas portugueses que são enviados ao Japão na segunda metade do século XVII, Sebastião Rodrigues (Andrew Garfield) e Francisco Garupe (Adam Driver) têm por missão descobrir o paradeiro de Cristóvão Ferreira (Liam Neeson), que, depois de torturado, teria renegado a sua fé. Essa  apostasia de Ferreira - consumada ao pisar de uma fumie (imagem de Jesus Cristo ou de uma figura santificada) –demonstrou um desafio para a Igreja: como difundir a sua doutrina em território asiático com tanta resistência? A partir destes conflitos, esta história de fé e violência foi construída pelo diretor da forma mais realista possível, de acordo com suas declarações.
Este antigo sonho de Scorsese foi previsto para filmagens em 2009. No elenco, atores como Daniel Day-Lewis, Benicio Del Toro e Gael García Bernal foram pensados para o elenco principal. Mas por razões pessoais e de produção, Scorsese rodou “A Ilha do Mêdo” (2010) e em seguida “A Invenção de Hugo Cabret” (2011). Com o adiamento do projeto, houve um conflito com os produtores italianos da Cecchi Gori Pictures, resolvido nos tribunais no começo de 2014. Pouco depois, o produtor Irwin Winkler, conhecido por Scorsese por trabalhos anteriores em “Touto Indomável” e “Os Bons Companheiros”, entrou na equipe de produção, e finamente as filmgens iniciaram entre janeiro e maio de 2015, em Taiwan.
“Silêncio” é um filme sobre a fé que nos mostra certezas e dúvidas sobre o comportamento humano, mas reforça um sentido de religiosidade necessário nos dias de hoje. Segundo alguns críticos, este filme encerra o que se chama de trilogia religiosas do diretor iniciada em “A Última Tentação de Cristo” (1988) e “Kundun” (1997).
“Silêncio” foi lançado nos EUA no final do ano e não foi lembrado corretamente nas indicações ao “Oscar”. Longo, com algumas irregularidades na construção da sua narrativa e belíssima fotografia, o filme tem grandes momentos de um tipo de cinema de autor que próprio Scorsese revelou em trabalhos anteriores. É um trabalho que merece ser assistido (e debatido) e um dos melhores filmes de Martins Scorsese, cineasta que respeito e admiro desde que assisti o inesquecível “Taxi Driver”.

INDICAÇÕES
ESTREIAS
“Silencio”
Filme de Martin Scorsese
Com Andrew Garfield


“Kong: A Ilha da Caveira”
Filme de Jordan Vogt-Roberts
Com Tom Hiddelston

LIVRO

“Kafka vai ao Cinema”
Autor: Hans Zischler
Editora Zahar

CINECLUBE
“O Homem Elefante” (1980)
Filme de David Lynch
Cine Líbero Luxardo – Sessão Cult – Dia 18/03

MEMÓRIA
“A Liberdade é Azul” (1994)
Filme de K. Kieslowski
Cartaz exibido nos cinemas franceses nos anos 90

 AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira:
Dia 20/03 – O Cinema de Glauber Rocha: “Terra em Transe” (1967). Sessão às 19h. Entrada franca e debate após a exibição. Dia 27/03 – “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1969). Sessão às 19h. Entrada franca.
*Cine Olympia:
Até dia 14/03 – “Alameda do Sol”. Sessão às 18h30min (exceto domingo às 17h30min). Entrada franca.
Dia 14/03 – Projeto Cinema e Música: “O Homem que Ri”(1928). Sessão às 18h30min. Acompanhamento musical ao vivo com Paulo José Campos de Melo. Entrada franca.
*Cine Líbero Luxardo:
Até dia 12/03– “O Homem que caiu na terra” (15h30min), “Hiroshima meu Amor” (18h) e “A Morte de Luis XVI” (20h).





domingo, 5 de março de 2017

Cineclube "Silvino Santos" com programação na Casa da Linguagem a partir do dia 08/03/17




O Cineclube Silvino Santos funciona integrado ao curso de Bacharelado de Cinema e Audiovisual e foi criado em 2014 para fomentar o debate sobre a linguagem cinematográfica. A prática do cineclubismo está na origem da formação de grandes cineastas, como Jean-Luc Godard e Wim Wenders. Os cineclubes surgiram nitidamente em resposta a necessidades que o cinema comercial não atendia, num momento histórico preciso. Assumiram diferentes práticas conforme o desenvolvimento das sociedades em que se instalaram. Mas assumiram uma forma de organização institucional única que os distingue de qualquer outra.
A escolha do nome do Cineclube Silvino Santos é uma homenagem ao cineasta português, baseado na Amazônia, que foi responsável pelos primeiros filmes autorais realizados em nossa região. Como relata o crítico Amir Labaki: Silvino Santos, português radicado no Brasil, considerado o primeiro autor do Norte do Brasil, produziu entre 1920 e 1935, dez filmes exibidos comercialmente em todo o território nacional, entre eles a sua obra principal “No Paiz das Amazonas” de 1922. Conforme Labaki: sua filmografia alcançou a marca impressionante de quase cem títulos, sendo sete longas, cinco médias e 83 curtas.
Como o intuito de um Cineclube é dar espaço para a análise da produção autoral, desprezada pelos circuitos comerciais, é importante destacar a atuação de realizadores, que explorem a linguagem cinematográfica. A programação desse cineclube na Casa da Linguagem em 2017 será dedicada à MOSTRA DIRETORAS, dedicada à produção cinematográfica de realizadoras, destacando a forca do universo feminino. As exibições serão seguidas de debates.
O primeiro filme a ser exibido será “Separação” (1968) de Jack Bond com roteiro e interpretação Jane Arden, no dia 08/03 às 18h no Cineclube da Casa da Linguagem. “Separation” é um raríssimo filme experimental, comparado aos trabalhos mais radicais da Nouvelle Vague francesa, marca a primeira parceria do diretor Jack Bond e a atriz e roteirista Jane Arden. Com narrativa episódica, não linear e por vezes surreal, mostra a desintegração emocional de uma mulher (Jane Arden) e o relacionamento dela com o (ex) marido e o amante.
O cineclube Silvino Santos conta com o apoio do Centro de Estudos de Cinema – CEC e da Associação de Críticos de Cinema do Pará – ACCPA e é coordenado pela professora Jorane Castro e professor Marco Antonio Moreira. 


Entrada franca.

Cine Troppo - De 02 a 08/03/17

CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho


“Oscar” 2017: Premiação polêmica e justa?
A 89ª Edição do “Oscar” teve todos os elementos para ficar na história. A premiação do belo “Moonlight” de Barry Jenkins como melhor filme merece registro especial. Apesar do equívoco no final da cerimônia onde houve anúncio errado do vencedor dessa categoria, o que realmente importa é que a produção premiada é de um diretor/ autor que relata uma história real no sentido de que seus personagens existem aqui, ali, em qualquer lugar. Personagens que sofrem, lutam, perdem, ganham, sobrevivem. “Moonlight” é simples na narrativa, construção, elaboração de sua proposta filmíca. Por isso, entre outros argumentos, é um belo filme e mereceu o prêmio.
“La La Land” de Damien Chazelle (diretor do ótimo “Whiplash”) também foi vencedor com 06 “Oscar” e certamente é o filme mais popular entre os indicados. A premiação de melhor direção para Chazelle foi exagerada, pois entendo que “Moonlight” e “Manchester” de Kenneth Lonergan têm uma direção mais significativa. Emma Stone é ótima atriz. Ainda assistiremos bons filmes com seu talento na tela (como ocorreu com “Magia ao Luar” e “O Homem Irracional” de Woody Allen), mas a premiação mais justa seria para a excelente Isabelle Hupert em grande momento por “Elle” de Paul Verhoeven e até mesmo pelo conjunto de sua obra no cinema. Huppert é uma atriz extraordinária que levou décadas para ser lembrada pelo “Oscar”. Loucura não? Nesse caso, pelo menos, Isabelle ganhou o “Globo de Ouro” de melhor atuação.
Casey Afleck está muito bem em “Manchester”, mas o prêmio ficaria em boas mãos também com Denzel Washington por “Fences”. Òtimas atuações com vantagem para Afleck num papel difícil e marcante. Viola Davis é outra premiada que mereceu destaque, mas porque atriz coadjuvante? Seu papel é fundamental no filme. Davis sempre nos traz boas atuações. Que bom que ela não ficou muito tempo esperando para ser realmente premiada.
Entendo que “Moonlight”, “Manchester” e “A Chegada” de Dennis Villeneuve mereciam mais prêmios, mas no final, apesar dos equívocos e polêmicas, esta edição do “Oscar” tem destaque pelas questões políticas e de gênero que foram reveladas pelo apresentador da cerimônia e vários premiados. “Moonlight”, neste sentido, é o filme certo para se debater a diversidade, a intolerância, o mundo como ele é e não como muito querem que ele seja, repleto de preconceitos e ódios.
A homenagem produzida em memória dos artistas falecidos recentemente continua como algo especial numa cerimônia que tem enorme audiência em todo mundo. Como foi bom rever atores/atrizes que marcaram época. Warren Beatty e Faye Dunaway juntos na cerimônia nos lembrou dos 50 anos de “Bonnie e Clyde”, excelente filme de Arthur Peen, que marcou um período importante do chamado novo cinema americano nos anos 60. Foi ótimo rever esta dupla.
Este é o “Oscar”. E ano que vem tem mais....

INDICAÇÕES
ESTREIA


“Logan”
Filme de James Mangold
Com Hugh Jackman

RELANÇAMENTO

“Cinema Novo”
Filme de Eryk Rocha
Cine Olympia

BREVE


“A Morte de Luis XIV”
Filme de Albert Serra
Com Jean-Pierre Léaud

CINECLUBE


“O Homem Elefante” (1980)
Filme de David Lynch
Cine Líbero Luxardo – Sessão Cult – Dia 18/03

MEMÓRIA


“Bonnie e Clyde” (1967)
Filme de Arthur Peen
Cartaz exibido nos cinemas americanos nos anos 60

 AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira:
Dia 06/03 – O Cinema de Werner Herzog: “Encontros no Fim do Mundo”.  Sessão às 19h. Entrada franca e debate após a exibição.
Dia 13/03 – “Terra em Transe” de Glauber Rocha. Homenagem aos 50 anos de lançamento do filme. Sessão às 19h. Entrada franca.
*Cine Olympia:
Até dia 14/03 – “Cinema Novo” de Eryk Rocha. Sessão às 18h30min (exceto domingo às 17h30min). Entrada franca.
Dia 18/03 – “Tropicália”. Documentário sobre importante movimento musical brasileiro. Sessão às 16h. Entrada franca.
*Cine Líbero Luxardo:
Até dia 08/03 –“IV Festival Internacional Lume de Cinema”.
Dia 18/03 – “O Homem Elefante” de David Lynch. Homenagem ao ator John Hurt. Sessão às 15h. Entrada franca e debate.


Cine Troppo - De 23/02 a 01/03/17

CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho


“Oscar” 2017
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas realiza neste domingo a 89ª edição do “Oscar”, maior prêmio do cinema americano. A cerimônia terá apresentação de Jimmy Kimmel (do programa Jimmy Kimmel Live!). A premiação este ano pode apresentar diferenças em relação a outras edições pelo alto teor político graças a diversas questões que foram evidenciadas este ano dentro e fora de Hollywood. Caso a tendência mais política prevaleça no resultado final, teremos “Moonlight” com prêmio de melhor filme, Denzel Washington como melhor ator por “Fences”, Meryl Streep como melhor atriz por “Florence” e “O Apartamento”(produção iraniana) poderá ser o vencedor no prêmio de melhor filme estrangeiro. Mas tudo é possível em Hollywood, logo, façam suas previsões.
 Abaixo, relação dos indicados ao “Oscar” deste ano em algumas categorias.

Melhor Filme
Melhor Diretor
Melhor Atriz
Melhor Ator
Melhor Ator Coadjuvante
Melhor Atriz Coadjuvante
Melhor Documentário em Longa-Metragem
  • Fogo no Mar
  • Eu Não Sou Seu Negro
  • Life, Animated
  • O.J.: Made in America
  • 13ª Emenda
 Melhor Longa Estrangeiro
  • Terra de Minas (Dinamarca)
  • A Man Called Ove (Suécia)
  • O Apartamento (Irã)
  • Tanna (Austrália)
  • Toni Erdmann (Alemanha)

INDICAÇÕES
ESTREIA
“A Lei da Noite”
Filme de Ben Afleck
Com Elle Fanning

CONTINUAÇÃO
“A Criada”
Filme de Park Chan-Wook
Cine Líbero Luxardo

RELANÇAMENTO
“O Homem que caiu na Terra
Com David Bowie
Cine Líbero Luxardo

CINECLUBE
“Encontros no fim do Mundo”(20017)
Filme de Werner Herzog
Cineclube Alexandrino Moreira - Dia 06/03

MEMÓRIA


“Os Irmãos Karamazov”(1957)
Filme de Richard Brooks
Cartaz exibido nos cinemas da Espanha nos anos 50

 AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira:
Dia 06/03 – O Cinema de Werner Herzog: “Encontros no Fim do Mundo”.  Sessão às 19h. Entrada franca e debate após a exibição.


*Cine Olympia:
De 02  08/03 – “Cinema Novo” de Eryk Rocha. Sessão às 18h30min (exceto domingo às 17h30min). Entrada franca.
*Cine Líbero Luxardo:
Até dia 26/02 – “A Criada”.

Coluna Cineclube - Dia 29/01/23