domingo, 11 de setembro de 2016

A Era de Aquarius/“Aquarius”



A Era de Aquarius/“Aquarius” 
Marco Antonio Moreira

A memória como signo de vida. A memória como símbolo do passado. A memória como luz para o presente. A memória como referência para o futuro. “Aquarius”, novo filme do cineasta Kleber Mendonça Filho, é um filme sobre a memória. Mas não é apenas sobre isso. “Em “O Som ao Redor”( 2012), o diretor direcionou seu olhar para passado/presente numa história de relações de poder e classes sociais através de uma rua de Recife e seus diversos personagens. Em “Aquarius”, a personagem Clara é o príncípio, meio e fim de todo o processo narrativo. É através desta personagem que o diretor constrói um círculo de situações que tem diversas camadas de interpretação. Afinal, pelo estilo já demonstrado em filmes anteriores, Kleber Mendonça Filho é um autor que não se limita a ter um olhar cinematográfico para apenas uma direção. Seus filmes são carregados de situações, tramas, subtramas, personagens principais secundários, personagens secundários principais, sons, “closes” do som, músicas, canções, corpo,alma, gestos, olhares. Tudo e todos se misturam na construção de uma história que sempre é mais do que parece e que ganha vida através do Cinema em cada simples ou complexo enquadramento.
A primeira cena do filme, magnificamente bem dirigida, nos mostra uma festa de aniversário de 70 anos de uma mulher. O clichê do clichê aparece no discurso de todos os convidados e familiares. Mas esta personagem nos avisa imediatamente porque ela aparece na primeira cena. Ela agradece a todos pelas palavras, mas lembra (sim, é o início do uso desta palavra que aparecerá constantemente/discretamente/violentamente em todo filme) que ninguém citou Augusto, seu companheiro de muitos anos que faleceu há vários anos. E sem mais palavras diz que dedica aquele momento a Augusto. Este “cartão de visita” de Kleber Mendonça Filho nos introduz para a jornada/trajetória/odisseia de Clara, personagem interpretada com maestria por Sonia Braga. 
Clara é a última proprietária de um apartamento do edifício Aquarius (o nome do prédio já é significativo e pode gerar inúmeras interpretações sobre passado/presente/futuro com conceitos pós e pré anos 60). Uma construtora comprou todos os apartamentos do edifício e tem novos planos para o local (outro tema recorrente dos filmes pernambucanos : a “invasão” do "progresso" sobre a vida das pessoas), mas a insistência de Clara em permanecer no local gera problemas. A construtora tenta todas as formas para convencê-la a vender e iniciar vida nova. “O Prédio está vazio” dizem, mas Clara responde que não: “Eu estou aqui. Não está vazio”. Ou seja, eu (Clara) existo. Clara existe ali no seu passado/presente/futuro, em cada canto “vivo” do apartamento que lembra sua vida, família, filhos, netos. Clara existe no aparamento no sentido de viver/reviver através da música e seu infinito poder de lembrar o que somos/fomos/podemos ser (seus discos de vinil surgem como troféus de um tempo sobrevivido como o exemplo do disco de John Lennon - “Double Fantasy”). As cenas que Clara ouve suas canções preferidas são extraordinárias, seja quando ouve Gilberto Gil (numa cena comovente) seja quando ouve Queen (como forma de “lutar” contra o que lhe incomoda). A música como elemento de revolta/luta? Sim. Porque não? Afinal, Clara é uma pessoa de paz, de diálogo e sabe o que fazer e quando fazer para defender o que é e onde vive e pode/deve usar a música como elemento de resistência (os momentos felizes dela no apartamento incluem as canções que ela canta e interage com voz e gestos).
A forma como esta personagem é construída pelo diretor é brilhante, pois é uma personagem enigmática, mas que lentamente se revela pelas suas ações, poucas palavras e especialmente pela sua emoção (contida ou demonstrada). Assim é na cena em que conversa com várias amigas da sua geração numa festa que é um encontro de pessoas “solitárias” que falam e se repetem sobre tudo. Mas Clara é a única que (ainda) quer viver e se envolve com um homem na festa. A mesma emoção surge novamente quando ela conversa com os filhos e é pressionada pela filha para vender o apartamento. Clara é segura, emotiva, equilibrada, assertiva, e novamente diz não. Ela se emociona porque não entende tanta pressão inclusive de pessoas conhecidas como um vizinho que brincava com seus filhos e que agora, adulto, insiste de forma desrespeitosa que ela venda o apartamento para que todos os proprietários possam ficar bem. Mais uma vez, o individuo x “coletivo” (?!).
Essa personagem tem sua trajetória cada vez mais fortalecida diante do espectador. Quando pensamos que Clara está enfraquecida por tantas situações de pressão, ela ressurge. A cena em que ela presencia uma festa no prédio é significativa. Quando imaginamos que ela irá explodir, reclamar, proibir o que está acontecendo (sexo, bebidas, drogas), ela retorna ao seu apartamento e telefona para um garoto de programa. Vaidade? Não. Autonomia. Equilíbrio entre o que se vê (fora) e o que se sente (dentro). 


Esta é a Clara que nos permite entender que a memória é um elo que permite convivência entre o real e a ficção, o que foi e o que é (ou o que poderia ter sido), com a vida sonhada e/ou vivida, pessoas que nos alegraram/decepcionaram, sonhos/fracassos, enfim, memória como um sinal de vida que deve nos deixar alerta para novos desafios e é a favor disso que Clara não aceita vender seu apartamento para uma construtora que usa e usará todos os meios para convencê-la a sair.
“Aquarius” é um labirinto de temas que podem/devem ser explorados numa análise fílmica. A emoção de assistir um filme desta qualidade me leva a pensar que este belo trabalho/poesia de Mendonça Filho é também sobre a solidão, sobre a nostalgia (como ponto de referência e não ponto final), sobre valores ultrapassados e que ainda estão presentes na sociedade, sobre o cruel avanço do progresso que não leva em conta o individuo mas sim uma “coletividade” que interessa a poucos, é sobre as relações familiares (desejos/necessidades/vontades diferentes que às vezes separam e às vezes aproximam cada um). 
“Aquarius” é também um filme feminista. Clara é uma mulher independente, autonoma que tem visão crítica do que é ser e o que é ter através da suas relações com o passado/presente que mudam (pois a vida muda), mas que devem servir de base para (seja o que for) o futuro. 
“Aquarius” indica caminhos sobre como a memória deve se inserir na nossa percepção. Memória é liberdade desde que seja para pensar/sentir o mundo, seu mundo, meu mundo, o mundo de Clara. E sendo fiel com as características desta bela personagem, o final do filme é simbólico, poético, anarquista. O confronto entre o individuo e o coletivo, a mulher e o poder estabelecido (a construtora) num jeito “hippie” de ser (anos 60?), lembrando a era da Aquarius que tanto se esperava (espera) no comportamento e nas esperanças de gerações passadas. A era de Aquarius é a era da transição. A era da mudança. A era da revolução. É hora de se (re) pensar nisso? Um filme pode nos despertar para isso? Sim. 
Viva a era da Aquarius renovada pela memória de tempos vividos/perdidos/sentidos/sobrevividos. 
Viva “Aquarius”. 
Parabéns Kleber Mendonça Filho.

CINE TROPPO - SEMANA DE 08 A 14/09/16

CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho


 CHAPLIN ETERNO
*Um dos maiores lançamentos em dvd do ano já está disponível para o cinemaníaco. É o documentário “O Chaplin que você nunca Viu”, mini série documental realizada em 1983 e que foi lançada nos anos 90 no formato em VHS com o título “Chaplin Desconhecido”. Dirigido por David Gill e Kevin Brownlow, o filme apresenta trechos inédidos de filmagens que não foram aproveitadas por Chaplin na versão final de seus trabalhos. Além da importância histórica de nos mostrar sequências inéditas de um dos maiores diretores do cinema, o dvd nos revela a força do gênio criativo de Chaplin que demonstra uma atenção especial em cada cena, alterando parcialmente ou totalmente uma ideia de acordo com a narrativa final e a história de cada filme. O dvd é dividido em três episódios : “Episódio 01: Os Anos Mais Felizes” com doze filmes feitos por Chaplin num período de 17 meses entre 1916-17, “Episódio 02: O Grande Diretor” com  destaque para o trabalho de criação e método de Chaplin nos clássicos "O Garoto (1921)", "Em Busca do Ouro (1925)" e "Luzes da Cidade (1931)" e “Episódio 03: Tesouro Escondido” que traz sequências que Chaplin filmou mas que não foram aproveitados incluindo o“The Professor (1923) " que nunca foi lançado.É um belíssimo trabalho para que admira a arte de Chaplin e para quem quer estudar o Cinema.
*A mostra New Queer Cinema volta à Caixa Cultural do Rio de Janeiro e de Fortaleza, com 15 filmes e debates sobre diversidade sexual e de gênero. A programação começa no dia 6 de setembro no centro cultural carioca. Os títulos escolhidos compreendem títulos desde os anos 90 como “Kids (1995) e Meninos não choram (1999). Na programação teremos a exibição de “Mal dos Trópicos (2004) do diretor tailandês Apichatpong Weerasethakul, premiado em Cannes; do brasileiro Madame Satã (2002) de Karim Aïnouz e com Lázaro Ramos no papel principal e Tabu” (1999) de Nagisa Oshima.
*Enquanto não se decide qual filme brasileiro será indicado para concorrer a seleção do “Oscar” 2017, a Alemanha já tem seu filme escolhido. É a comédia “Toni Erdmann” de Maren Ade, sobre uma jovem executiva alemã que vive em Bucareste e é obrigada a receber por alguns dias em sua casa o pai excêntrico e desajustado, que tem o hábito de se disfarçar de outra pessoa. “Toni Erdmann” foi um dos filmes mais aclamados da competição do último Festival de Cannes, em maio.A Alemanha foi o nono país a definir o seu filme na corrida do Oscar – Austrália, Croácia, Cuba, Geórgia, Romênia, Arábia Saudita, Suíça e Venezuela já definiram seus títulos.

INDICAÇÕES

ESTREIAS

“Aquarius"
Filme de Kleber Mendonça Filho
Com Sonia Braga


"Julieta"
Filme de Pedro Almodovár
Cine Líbero Luxardo

DVD

“A Night to Celebrate: George Fest”
Canções de George Harrison
Participação de Norah Jones, Dhani Harrison

LIVRO

“Cinema Explícito”
Livro sobre a representação do sexo e erotismo no cinema

MEMÓRIA

“Paisagem na Neblina” (1988)
Filme de Theo Angelopoulos
Cartaz exibido nos cinemas americanos nos anos 80



AGENDA


*Cineclube Alexandrino Moreira (Casa das Artes):
Dia 24/09 – O Cinema de Abbas Kiarostami: “O Vento nos Levará" (1999).  Sessão às 19 h. Entrada franca e debate após a exibição.
*Cine Olympia:
Até dia 14/09 – "A Mesinha Mágica". Sessão às 18h30min (domingos e feriados às 17h30min). Entrada franca.
Dia 13/09 – “O Rei dos Cowboys” com Buster Keaton. Projeto Cinema e Música. Sessão às 18h30min. Entrada franca.
*Cine Líbero Luxardo:
Até dia 18/09: “Julieta" de Pedro Almodóvar

CINE TROPPO - SEMANA DE 01 A 07/09/16

CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho



CHAPLIN ETERNO
*Um dos maiores lançamentos em dvd do ano já está disponível para o cinemaníaco. É o documentário “O Chaplin que você nunca Viu”, minisérie documental realizada em 1983 e que foi lançada nos anos 90 no formato em VHS com o título “Chaplin Desconhecido”. Dirigido por David Gill e Kevin Brownlow, o filme apresenta trechos inédidos de filmagens que não foram aproveitadas por Chaplin na versão final de seus trabalhos. Além da importância histórica de nos mostrar sequências inéditas de um dos maiores diretores do cinema, o dvd nos revela a força do gênio criativo de Chaplin que demonstra uma atenção especial em cada cena, alterando parcialmente ou totalmente uma ideia de acordo com a narrativa final e a história de cada filme. O dvd é dividido em três episódios : “Episódio 01: Os Anos Mais Felizes” com doze filmes feitos por Chaplin num período de 17 meses entre 1916-17, “Episódio 02: O Grande Diretor” com  destaque para o trabalho de criação e método de Chaplin nos clássicos "O Garoto (1921)", "Em Busca do Ouro (1925)" e "Luzes da Cidade (1931)" e “Episódio 03: Tesouro Escondido” que traz sequências que Chaplin filmou mas que não foram aproveitados incluindo o“The Professor (1923) " que nunca foi lançado.É um belíssimo trabalho para que admira a arte de Chaplin e para quem quer estudar o Cinema.
*A mostra New Queer Cinema volta à Caixa Cultural do Rio de Janeiro e de Fortaleza, com 15 filmes e debates sobre diversidade sexual e de gênero. A programação começa no dia 6 de setembro no centro cultural carioca. Os títulos escolhidos compreendem títulos desde os anos 90 como “Kids (1995) e Meninos não choram (1999). Na programação teremos a exibição de “Mal dos Trópicos (2004) do diretor tailandês Apichatpong Weerasethakul, premiado em Cannes; do brasileiro Madame Satã (2002) de Karim Aïnouz e com Lázaro Ramos no papel principal e Tabu” (1999) de Nagisa Oshima.
*Enquanto não se decide qual filme brasileiro será indicado para concorrer a seleção do “Oscar” 2017, a Alemanha já tem seu filme escolhido. É a comédia “Toni Erdmann” de Maren Ade, sobre uma jovem executiva alemã que vive em Bucareste e é obrigada a receber por alguns dias em sua casa o pai excêntrico e desajustado, que tem o hábito de se disfarçar de outra pessoa. “Toni Erdmann” foi um dos filmes mais aclamados da competição do último Festival de Cannes, em maio.A Alemanha foi o nono país a definir o seu filme na corrida do Oscar – Austrália, Croácia, Cuba, Geórgia, Romênia, Arábia Saudita, Suíça e Venezuela já definiram seus títulos.

INDICAÇÕES

CONTINUAÇÃO
“Mãe só há Uma”
Filme de Anna Muylaert
Com Naomi Nero

DVD
“A Night to Celebrate: George Fest”
Canções de George Harrison
Participação de Norah Jones, Dhani Harrison

LIVRO
“Cinema Explícito”
Livro sobre a representação do sexo e erotismo no cinema

TRILHA SONORA
“Blow Up” (1966)
Filme de Michelangelo Antonioni
Composição de Herbie Hancock

MEMÓRIA
“Paisagem na Neblina” (1988)
Filme de Theo Angelopoulos
Cartaz exibido nos cinemas americanos nos anos 80

AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira (Casa das Artes):
Dia 05/09 – O Cinema de Abbas Kiarostami: “A Vida e Nunca Mais” (1992).  Sessão às 19 h. Entrada franca e debate após a exibição.
*Cine Olympia:
Até dia 07/09 – II Mostra de Cinema Mexicano. Sessão às 18h30min (domingos e feriados às 17h30min). Entrada franca.
Dia 13/09 – “O Rei do Cowboy” com Buster Keaton. Projeto Cinema e Música. Sessão às 18h30min. Entrada franca.
*Cine Líbero Luxardo:
Até dia 04/09: “Mãe só há uma” de Anna Muylaert e “California” de Marisa Person.

CINE TROPPO - SEMANA DE 25 A 31/08/16


CINE TROPPO - SEMANA DE 18 A 24/08/16

CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho


JANIS JOPLIN EM DOCUMENTÁRIO É O DESTAQUE DA SEMANA 
*O documentário "Janis: Little Girl Blue" é uma ótima introdução para o talento da grande cantora Janis Joplin. Muitas informações da sua vida pessoal, cenas de shows, fotos, depoimentos de amigos e músicos. Mas entendo que era necessário a contextualização musical da carreira de Janis. Os anos 60 foram repletos de alternativas musicais e o rock estava numa evolução constante graças aos Beatles, Bob Dylan entre outros artistas e era importante abordar esta questão. Além disso, senti falta de mais Janis Joplin. Ela cantando é mágico. É possível encontrar muito material de Janis ao vivo mas percebi que a intenção básica do documentário é uma abordagem mais pessoal da artista. É válido e por isso o filme deve ser assistido. Viva Janis! O filme está em exibição no Cine Estação.

*Esta semana tive o privilégio de comemorar os 80 anos do mestre Pedro Veriano. Um cinemaníaco, cinéfilo, estudioso, pesquisador, crítico de cinema que marcou minha formação cinematográfica e que continua me incentivando a gostar/entender o cinema como uma grande paixão. Meu pai Alexandrino, Veriano e Luzia Álvarez são meus eternos mestres. Saúde, paz e muitos filmes bons é meu desejo para este jovem senhor de 80 anos. Ave mestre!

* Um box com CD e DVD em homenagem ao beatle George Harrison foi lançado no Brasil pela livraria cultura. Músicos de novas gerações realizaram ótimas leituras da obra de Harrison com uma seleção que abrange músicas famosas e grandes composições "esquecidas" que revelam o grande talento deste extraordinário compositor. Vale a pena ouvir/sentir/interpretar estas canções. Um dos melhores lançamentos do ano!
*Já está disponível na internet o primeiro trailer oficial do novo filme de Christopher Nolan, “Dunkirk”. A história do filme acontece durante a segunda guerra mundial e incide sobre a evacuação de 1940 dos soldados aliados pelo exército britânico da cidade de Dunquerque. Nolan é responsável por bons filmes como “A Origem”, “Interestelar” e franquia “Batman”. Lançamento apenas em 2017.

 *A programação competitiva do Los Angeles Brazilian Festival, que será realizado de 17 a 20 de setembro na Califórnia terá vários longas e curtas metragens brasileiros. A edição 2016 também terá seminários, workshops e debates direcionados para questões referentes a indústria do audiovisual. Na mostra competitiva foram selecionados títulos como “Deserto” de Guilherme Weber; “Travessia” de João Gabriel; “Jonas” de Lo Piliti; “Cromossomo 21” de Alex Duarte; “Órfãos do Eldorado” com direção de Guilherme Coelho; e os documentários “O caso de Dionísio Diaz” de Fabiana Karla e Chico Amorim e “Eu sou Carlos Imperial” de Renato Terra e Ricardo Calil.

*A próxima ação do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) terá como tema "O Cinema de Quentin Tarantino” no próximo dia 30/08. O debate terá a minha presença e do crítico Arnaldo Prado Jr. e acontecerá na Casa das Artes a partir das 18h30min. Haverá emissão de Certificado de participação com inscrições grátis abertas a partir do dia 15/08/16. A ação do CEC tem o apoio e parceria da Fundação Cultural do Pará (Casa das Artes).

INDICAÇÕES
DVD
“A Night to Celebrate: George Fest”
Canções de George Harrison
Participação de Norah Jones, Dhani Harrison

LIVRO
“Cinema Explicito”
Livro sobre a representação do sexo e erotismo no cinema

BLU-RAY
“Coração Satânico”
Filme de Alan Parker
Com Robert De Niro e Mickey Rourke

TRILHA SONORA
“Blow Up” (1966)
Filme de Michelangelo Antonioni
Composição de Herbie Hancock

MEMÓRIA
“Paisagem na Neblina” (1988)
Filme de Theo Angelopoulos
Cartaz exibido nos cinema americanos nos anos 80

AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira (Casa das Artes):
Dia 29/08 - “Ladrão de Bicicleta" de Vittorio De Sica. Sessão às 19 h, Entrada franca e debate após a exibição.
*Cine Olympia:
Até dia 24/08 – “Minhas Mentiras, Meu Amor". Sessão às 18h30min (domingos e feriados às 17h30min). Entrada franca.
*Cine Líbero Luxardo:
Até dia 28/08: “A Ovelha Negra".Vencedor da mostra "Um Certo Olhar" de Cannes 2015,
*Cine Estação:
Até dia 25/08 – “Janis Little Blue Girl”.

CINE TROPPO - SEMANA DE 11 A 17/08/16


CINE TROPPO - SEMANA DE 04 A 10/08/16


CINE TROPPO - SEMANA DE 28/07 A 03/08/16

CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho


HECTOR BABENCO TEM FILMOGRAFIA QUE MERECE REVISÃO
Hector Babenco foi um diretor que me impressionou desde que assisti "Lúcio Flávio: O Passageiro da Agonia" (1977), um dos melhores filmes brasileiros dos anos 70. Um filme policial que discutia o papel da polícia, da política e da sociedade no desenvolvimento da criminalidade. Filme bem dirigido com um elenco excelente que incluía Reginaldo Farias e Grande Otelo. Anos depois, com "Pixote" (1980), Babenco se tornou um dos cineastas mais importantes do cinema brasileiro pelo seu olhar crítico que buscava outras interpretações sobre a marginalidade através de um personagem forte e comovente como Pixote. Sua carreira depois evoluiu para trabalhos cada vez mais significantes como "O Beijo da Mulher Aranha"(1985) e principalmente "Ironweed" (1987), talvez seu melhor filme. Aqui, novamente um olhar crítico e humano sobre marginais de uma sociedade cega. Meryl Streep e Jack Nicholson têm uma de suas melhores interpretações num trabalho que foi esquecido, mas que agora deve ser revisto como homenagem ao grande cineasta que foi Hector Babenco que faleceu recentemente aos 70 anos.

*Projeto CINEMA E MÚSICA no Cinema Olympia com sala lotada esta semana com a exibição do clássico "O Corcunda de Notre Dame"(1923) e acompanhamento musical ao vivo com o pianista Paulo José Campos de Melo. Momento mágico de cinefilia com a valorização do cinema mudo/silencioso e resgate de uma tradição comum nos cinemas entre 1895 e 1930 quando o cinema sonoro chegou e mudou a história da sétima arte. É um privilégio assistir este tipo de exibição em nossa cidade e no nosso centenário Cinema Olympia. 

*O documentário “Janis: Little Girl Blue” está programado para exibições no cine Estação em agosto. O filme mostra detalhes da vida de Janis Joplin, uma grande cantora americana que faleceu muito jovem e deixou registros de um talento que marcou gerações. O filme procura revelar questões mais pessoais da cantora com cenas raras e novas entrevistas com pessoas que conviveram com ela. Vale à pena conferir!

*Stanley Kubrick completaria 88 anos esta semana. Ao mestre, com carinho, agradeço por tantos filmes que marcaram minha cinefilia. Ave, Kubrick!!!

*Mais um grande momento de cinefilia aconteceu no dia 25/07 com a exibição do filme "Europa 51" de Roberto Rosselini no Cineclube Alexandrino Moreira. "Europa 51" é um filme extraordinário que nos lembra da capacidade humana do Cinema que, além de ser um produto industrial rotulado pela maioria como entretenimento, é um catalisador da arte e da sensibilidade daqueles que sabem usá-lo. Excelente debate após a sessão confirma que é cada vez mais forte a importância do cineclubismo num mundo tão "globalizado" onde a zona de conforto imposta pelas mídias acaba limitando a curiosidade de muitos cinéfilos que não assistem tantos filmes importantes como este clássico italiano. Viva o cineclubismo!

*O Cinema Olympia tem novo horário de funcionamento aos domingos e feriados: sessão ás 17h30min. Ainda Olympia: na segunda quinzena de agosto acontecerá a exibição da segunda mostra de filmes mexicanos com títulos inéditos no Brasil. Entrada franca.


INDICAÇÕES
DVD
“Guerra e Paz”
Filme de Serguei Bondarchuk
(1968)

LIVRO
“Abbas Kiarostami”
Livro sobre a obra do diretor iraniano
Produção da Mostra de Cinema de SP

BLU-RAY
“O Touro Indomável”
Filme de Martin Scorsese
Com Robert De Niro

TRILHA SONORA
“Full Metal Jacket”
Filme de Stanley Kubrick
Trilha composta por Abigail Mead

MEMÓRIA
“Os Pássaros” (1962)
Filme de Alfred Hitchcock
Cartaz exibido nos cinemas franceses nos anos 60

AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira (Casa das Artes):
Dia 01/08 - “Vítimas da Tormenta” (1946) de Vittorio de Sica. Sessão às 19 h, Entrada franca e debate após a exibição.
*Cine Oympia:
Até dia 03/08 – “Pickpocket: O Batedor de Carteira”(1959) de Robert Bresson. Sessão às 18h30min. Entrada franca.
*Cine Líbero Luxardo:
Dia 06/08: “O Diário de Anne Frank” (1959) de George Stevens.Sessão às 14h30min. Entrada franca e debate após a exibição.

CINE TROPPO - SEMANA DE 21 A 27/07/16

Cine Troppo
Marco Antonio Moreira Carvalho

“HITCHCOCK/TRUFFAUT” É UM DOS DESTAQUES DO ANO
*O documentário "Hitchcock/Truffaut" de Kent Jones é baseado no famoso livro que reuniu diversas entrevistas realizadas pelo cineasta François Truffaut com o mestre Alfred Hitchcock nos anos 60. É um belíssimo trabalho sobre a obra de Hitch e também sobre a relevância do Cinema. Com cenas de filmes comentadas, trechos em áudio das entrevistas, participação de diretores como Martin Scorsese e David Fincher, este documentário é indispensável para os cinéfilos assim como livro. Hitchcock é um dos mestres do cinema. É um dos poucos cineastas que entenderam a dimensão da linguagem cinematográfica e procurou utilizar todos os seus elementos de forma sempre criativa e estimulante para a plateia. Filmes como “Janela Indiscreta”, “Um Corpo que Cai”, “Psicose”, “Os Pássaros” entre outros, ofereceram outros olhares sobre o cinema. Seu cinema era percebido apenas como um cinema popular e comercialmente viável para agradar ao público mas foi com os jovens críticos da revista francesa Cahiers du Cinema que sua obra começou a ser mais valorizada a partir dos anos 50. Críticos como Jean-Luc Godard e François Truffaut, entre outros, valorizaram seu cinema através da análises fílmicas que até hoje são exemplos para se entender sua filmografia. Por isso, vale a pena assisitir este documentário que é um dos bons filmes do ano. Viva o cinema de Alfred Hitchcock!!
*O Projeto CINEMA E MÚSICA que acontece todo mês no cinema Olympia é um sucesso de público. Com a exibição de clássicos do cinema mudo acompanhados ao vivo pelo mastro Paulo José Campos de Melo, o projeto tem levado um bom público ao cinema Olympia. A curiosidade é que os maiores sucessos do projeto sempre acontecem com comédias (especialmente de Charlie Chaplin) e filmes de terror. No próximo dia 26/07/16 já está programado outro clássico importante do cinema: "O Corcunda de Notre Dame"(1923). Protagonizado por Lon Chaney, o filme é a primeira adaptação cinematográfica da obra de Victor Hugo. Para os cinéfilos de plantão estas sessões são um verdadeiro ato de cinefilia. Vale conferir.
*O Cineclube da ACCPA vai homenagear o cineasta Vittorio De Sica no próximo mês com a exibição de dois trabalhos fundamentais para entender sua obra: “Vítimas de Tormenta”(1946) e “Milagre em Milão”(1951). De Sica é um dos maiores cineastas italianos e sempre é interessante ver e rever seus trabalhos. Os filmes serão exibidos no Cineclube Alexandrino Moreira às 19 h com entrada franca e debate.
*Muitas ações estão sendo elaboradas para o Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) até o final do ano. Já estão confirmadas palestras e debates sobre os diretores Quentin Tarantino, Pier Paolo Pasolini, as adaptações cinematográficas do teatrólogo Nelson Rodrigues, a importância do cinema “Noir” e um curso sobre a História do Cinema. Aguardem em breve mais informações.

* Muitos filmes de qualidade estão disponíveis em dvd/blu-ray no mercado brasileiro. Sugiro que o leitor procure assistir aos seguintes lançamentos: “O Chaplin que ninguém Viu”, “Guerra e Paz” (versão russa), “O Grande Motim” com Marlon Brandon, “Kwaidan As Quatro Faces do Medo” de Masaki Kobayashi,”Conspiração e Poder” com Robert Redford e Cate Blanchett, “A Arte de Jacques Rivette”, “Dheepan: O Refúgio” de Jacques Audiard e “Daniel” de Sidney Lumet.


INDICAÇÕES
DVD
“Guerra e Paz”
Filme de Serguei Bondarchuk
(1968)

LIVRO
“Abbas Kiarostami”
Livro sobre a obra do diretor iraniano
Produção da Mostra de Cinema de SP

BLU-RAY
“O Touro Indomável”
Filme de Martin Scorsese
Com Robert De Niro

TRILHA SONORA
“Full Metal Jacket”
Filme de Stanley Kubrick
Trilha composta por Abigail Mead

MEMÓRIA
“Os Pássaros” (1962)
Filme de Alfred Hitchcock
Cartaz exibido nos cinemas franceses nos anos 60

AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira (Casa das Artes):
Dia 25/07 - “Europa 51” (1951) de Roberto Rosselini. Com Ingrid Bergman. Sessão às 19 h, Entrada franca e debate após a exibição.
Cine Oympia:
Até dia 03/08 – “Pickpocket: O Batedor de Carteiras" de Robert Bresson. Sessão às 18h30min. Entrada franca.
Dia 26/07 - "O Corcunda de Notre Dame"(1923). Acompanhamento musical ao vivo com Paulo José Campos de Melo. Sessão às 18h30min. Entrada franca.
Cine Líbero Luxardo:
Dia 06/08 - "O Diário de Anne Frank" de George Stevens. Sessão Cult às 14h30min.

Coluna Cineclube - Dia 29/01/23