domingo, 31 de março de 2013

CINE TROPPO - SEMANA DE 29/03 À 04/04/13

Cine Troppo
Marco Antonio Moreira

Entrevista/Paul Thomas Anderson, diretor de “O Mestre”
"O Mestre” de Paul Thomas Anderson está sendo exibido no Cine Líbero Luxardo e certamente é um dos grandes filmes do ano. A partir do drama pessoal de um personagem que entra em contato com uma religião chamada de “A Cura”, Anderson criou um universo perturbador que questiona e duvida das necessidades mais primárias do ser humano como um caminho para ser feliz. Polêmico, o filme deve gerar ótimas discussões. Paul Thomas Anderson não é um diretor que está sempre na ativa. Seu último filme lançado foi “Sangue Negro” em 2007 e em sua obra, vários filmes mostraram o seu talento que o diferencia da grande maioria dos cineastas que hoje trabalham no cinema. Quando “O Mestre” foi lançado nos EUA, o diretor participou de várias entrevistas. Com a finalidade de divulgar as ideias do diretor e a importância do filme, publico hoje parte de uma entrevista de Anderson divulgada na imprensa mundial.

Houve muita especulação sobre a relação do filme com a Cientologia. Isso o divertiu, interessou ou distraiu?
R - Todas as alternativas! Essa palavra – Cientologia – faz as orelhas das pessoas crescerem e anteninhas saírem de suas cabeças e seus olhos esbugalharem. Fiquei preocupado de haver uma expectativa de que o filme fosse algo que não era. Assim que fizemos algumas exibições restritas em agosto, ninguém mais falava em Cientologia, falavam dos personagens.
Você disse que o personagem Freddie Quell foi o que surgiu primeiro. É isso?
R -Sim. Se fosse fazer um filme sobre a Cientologia, não seria este. Por muito tempo, isso foi uma coleção de peças e ideias – e, principalmente, o personagem Freddie – que não tinham um lar. É uma coisa antiga a história do marinheiro que está perdido em terra, mas que se sente em casa no mar. Mas eu não tinha enredo nem força o suficiente. A história começou a ganhar muito mais forma quando Lancaster Dodd, o Mestre, surgiu.
Você incluiu uma emocionante cena inicial em que Freddie Quell , que acaba de voltar da guerra, tenta se manter em um emprego como fotógrafo em uma loja de departamento chique, mas aí ele pira de modo espetacular.
R - É legal assistir a Freddie tentando manter um rosto sorridente e vestindo um terno bacana. É como tentar colocar uma fralda em um macaco. Para mim, é isso que parece.
Isso cai muito bem em Joaquin Phoenix. Ele não parece confortável com o lado público de ser ator. Ele tratou disso – fama, celebridade, as percepções que se têm dele – no falso documentário I’m Still Here, de 2010.
R - Meu Deus, o quão bravo posso ficar com um ator que é tão bom no que faz e tão ruim em promover meu filme? Eu não mudaria isso por nada. É tão difícil ficar bravo com alguém que funciona desse jeito. Não é engraçado quando alguém não consegue aguentar? Quero que os astros de meus filmes sejam perigosos, irritados e incapazes de engolir papo furado. Prefiro que sejam assim. Como reagiu à pesquisa que fez sobre os processos iniciais da Dianética?
R - Pode soar estranho, mas é bem difícil sentar e aprender sobre essas coisas e não ser afetado por elas de uma maneira positiva. Não tem ninguém enfiando a coisa por sua goela abaixo, e você lê algumas ideias que parecem simples, pequenas coisas que você pode aplicar à sua vida. Se eu me sentia frustrado, de repente me flagrava usando a regra número 43 [da religião] ou o que quer que fosse.
Você disse que sempre pensou em Philip Seymour Hoffman para o papel de Lancaster. Mas tinha menos certeza em chamar Joaquin Phoenix?
R - Eu estava afundado no roteiro quando Joaquin estava fazendo I’m Still Here, e Philip e eu tínhamos conversas do tipo: “Quanto tempo você acha que ele ainda vai levar para fazer aquele filme?”. Ele filmou por uns seis ou oito meses – vivendo aquela vida gorda e louca, com aquela barba. Consideramos chamá-lo na época, mas ele estava fazendo aquilo, então falei com Jeremy Renner sobre o papel. Mas acabou dando certo com Joaquin.
A atuação dele é muito abrangente. Ele deve ter levado o papel para algo totalmente diferente do que foi escrito.
R - Não consigo lembrar o que pensei ou vi antes de ele começar a fazer o personagem. Ele simplesmente destruiu qualquer ideia que eu tenha tido. Depois de uma semana ou dez dias no set, ele encontrou o caminho. Aí, alguma coisa tomou conta dele.

ESTRÉIAS DA SEMANA

“A Hospedeira”
“G.I. Joe : Retaliação”
“Jack e o Caçador de Gigantes”(3D)

AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira: Dia 08/04, em parceria com a ACCPA, será exibido o filme “Diabel” de A. Zulawski (mesmo diretor de “Possessão”). Durante a invasão da Polônia em 1793 pelo exército prussiano, um jovem é salvo da prisão por um homem misterioso. A partir daí, começa sua jornada de loucura, no qual vê a morte do pai rodeado sempre pelo caos e pela corrupção moral.O filme será exibido às 19 h, entrada franca e debate após a exibição com críticos da ACCPA.


*Cine Olympia : “Além do Infinito Azul” de Werner Herzog (A Caverna dos Sonhos Esquecidos) está em exibição até 04/04 às 18:30 h com entrada franca. No filme, um alienígena narra a história de seu planeta prestes a morrer, das visitas sua e de seu povo à Terra e da autodestruição da Terra. Apoio da Cinemateca da Franca (CineFrance), Cinemateca da Embaixada da França no Brasil e /Instituto Français. Na sessão Cinemateca de hoje será exibido o clássico “Paixão de Cristo” de Ferdinand Zecca realizado em 1903. Sessão às 16 h com entrada Franca.


*Cine Líbero Luxardo: “O Mestre” de Paul Thomas Anderson está em exibição ficando em cartaz até o dia 07/04. No elenco, Joaquim Phoenix e Philip Seymour Hoffman. Na sessão Cult, parceria com a ACCPA, dia 06/04 será exibido “A Árvore dos Tamancos” de Ermmano Olmi em horário especial (15h) com entrada franca e debate.


*Cine Saraiva : "Além da Imaginação” (The Twilight Zone) é considerada uma das maiores séries de tv de todos os tempos. Criada nos anos 50 por Rod Serling, a série influenciou toda uma geração com suas histórias criativas e surreais. Em homenagem à série, a ACCPA exibirá 3 episódios produzidos nos anos 60, promovendo um debate sobre a influência da televisão no cinema. A sessão ACCPA/Saraiva acontecerá no dia 04/04 às 19h na Livraria Saraiva às 19h. Entrada Franca

terça-feira, 26 de março de 2013

CINE TROPPO - SEMANA DE 22 À 28/03/13

Cine Troppo
Marco Antonio Moreira


Crítica/“CONTATO”
“Contato” (Contact, EUA, 1997), dirigido por Robert Zemeckis, tem roteiro de James V. Hart e Michael Goldenberg, baseado na história de Carl Sagan e Ann Druyan que por sua vez é baseada na novela de Carl Sagan. Os autores, ao longo de 150 minutos de filme, investigam, apresentam e debatem questões científicas, tecnológicas, éticas, morais, filosóficas, políticas, religiosas, enfim questões que envolvem os seres humanos ao longo da existência, na busca da verdade. Como envolve a comunicação com alienígenas, a questão da segurança nacional passa a ser relevante para o governo, que assume o projeto antes sob a responsabilidade da iniciativa privada. A Dra. Eleanor “Ellie”Ann Arroway (Jodie Foster) trabalha no projeto SETI (Search for ExtraTerrestrial Intelligence – Busca por Inteligência Extraterrestre). Quando ela e sua equipe têm sucesso e recebem mensagem do espaço, a divulgação do fato mobiliza setores e pessoas com funções e concepções bem definidas e de grande importância, incluindo o próprio presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. David Drumlin (Tom Skerritt), da Fundação Nacional de Ciência (NSF – National Science Foundation) e assessor do presidente; Palmer Joss (Matthew McConaughey), formado em Teologia e que saiu do seminário para fazer trabalho humanitário secular em igrejas do Terceiro Mundo; atualmente escreve sobre o efeito da tecnologia sobre o Terceiro Mundo; tornou-se o conselheiro espiritual da Casa Branca, o “Diplomata de Deus” segundo o New York Times; Joss mantém sua crença religiosa e acredita em Deus. Joss se apaixona por Ellie; Kent Clark (William Fichtner), um cientista cego que trabalha diretamente com Ellie, fundamental no trabalho dela; ao se apresentar a Ellie, Kent comenta que acha legal ela escutar, a maioria não faz mais isso; Michael Kitz (James Woods), assessor de Segurança Nacional, em tudo vê ameaça; os extraterrestres, para ele, são sempre um perigo para o planeta; S. R. Hadden (John Hurt), um homem genial, dono das Hadden Industries, representa a iniciativa privada, fora dos padrões correntes; tem grande poder econômico e financeiro; é quem socorre Ellie quando Drumlin cancela o projeto; Rachel Constantine (Angela Bassett), assessora direta de Bill Clinton. Uma transmissão vinda do espaço mostra Adolf Hitler fazendo a abertura das Olimpíadas em 1936. A transmissão de um evento na Alemanha nazista é logo um motivo de preocupação para Kitz e o governo. Kent, no entanto, descobre que, embutida na mensagem vista, há uma enorme quantidade de dados codificados. A partir desse momento, Rachel comunica a Ellie que o governo assume o comando do projeto. E Rachel define: “- Vou recomendar que o Dr. Drumlin chefie a decifração da mensagem. Na verdade, quem descobre a base para a decodificação da mensagem é Hadden, que a ensina a Ellie. A decodificação mostra que a mensagem contém instruções para a construção de uma máquina, pode ser uma espécie de máquina didática ou algum tipo de transportador. A reação à descoberta não vem só dos meios oficiais, vem de grupos radicais:“Ciência não é Deus” grafado em uma placa com um manifestante é um exemplo. Mas, a decisão do presidente é pela construção da máquina, algo internacional para dividir riscos e custos. Resumindo. A Máquina é construída, há 10 candidatos para a viagem, o mais cotado desiste atendendo ao pedido dos filhos e assim Ellie passa a ser a candidata mais forte. Acreditar em Deus acaba se tornando o critério final para a escolha do passageiro do casulo da Máquina para a viagem a Vega. Ellie explicita sua convicção: “- Como cientista eu me baseio em evidências, e, nesse assunto não acho que haja dados para provar ou negar.” Drumlin faz um discurso religioso hipócrita e é escolhido, mas vai pagar caro por essa atitude, vai ser castigado. “Contato” é instigante, intrigante, polêmico, preocupante, fantástico, fantasioso, um excelente filme para uma ampla discussão sobre o ser humano, de onde veio, para onde vai, por que faz o que faz, por que é justo e traiçoeiro, por que é inseguro? (Arnaldo Prado Junior)

ESTRÉIAS DA SEMANA

“O Mestre” de Paul Thomas Anderson (Cine Líbero Luxardo)
“Vai que dá Certo”
“Os Croods”

AGENDA

*Cineclube Alexandrino Moreira: Dia 08/04 (nova data), em parceria com a ACCPA, será exibido o filme “Diabel” de A. Zulawski (mesmo diretor de “Possessão” com Isabelle Adjani e “O Importante é Amar”). O filme será exibido às 19 h, entrada franca e debate após a exibição com críticos da ACCPA.
*Cine Olympia : Dentro da mostra de filmes românticos que teve uma segunda semana de exibições hoje é a vez de “Ghost – Do Outro Ladro da Vida” com Demi Moore no elenco. Realizado em 1990, o filme ficou em exibição no Cine Palácio por quase seis meses de exibição, um recorde do nosso circuito local de exibição. Sessão às 18:30 h com entrada franca.. Na sessão Cinemateca de hoje, que tem o apoio da ACCPA e acontece todos os domingo às 16h, será exibido o clássico “Limite de Segurança” de Sidney Lumet com Henri Fonda e grande elenco. Entrada Franca.
*Cine Líbero Luxardo: Hoje é o último dia de exibição do ANIMALDIÇOADOS - Festival Internacional de Animação de Horror. A partir do dia 27, será exibido o excelente “O Mestre” de Paul Thomas Anderson com Joaquim Phoenix e Philip Seymour Hoffman. Na sessão Cult, parceria com a ACCPA, dia 06/04 será exibido “A Árvore dos Tamancos” de Ermmano Olmi em horário especial (15h) com entrada franca e debate.
*Cine Estação : “”Amor” de Michael Haneke tem hoje seu último dia de exibição. Vencedor de vários prêmios internacionais, o filme ganhou recentemente o “Oscar” de melhor filme estrangeiro. O próximo filme a ser exibido no cine Estação é “No”, filme indicado ao “Oscar” de melhor produção estrangeira.
*Cine Saraiva: ”Contato”de Robert Zemeckis será exibido no próximo dia 28/03 dentro da parceria da APC (Academia Paraense de Ciências) e APCCA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) às 18h com entrada franca e debate após a exibição.

sábado, 16 de março de 2013

CINE TROPPO - SEMANA DE 15 À 21/03/13

CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira

SUPERNOVAS
*A volta de “Amor” de Michael Haneke ao circuito local de exibição está conseguindo uma boa resposta do público. O filme foi exibido na rede Cinepólis por 2 semanas e não teve o público esperado mas agora, no Cine Estação, o filme está sendo prestigiado pelo público paraense. Segundo o programador do Cine Estação, Augusto Pacheco, o filme tem emocionado o público. O próximo filme a ser exibido no Cine Estação será “NO”, filme chileno que foi indicado ao “Oscar” de melhor filme estrangeiro este ano e que mostra uma importante virada na política do Chile no final dos anos 80 quando o ditador Pinochet foi derrotado nas urnas. “NO” é um ótimo filme que vai merecer boas discussões.
*”O Mestre” de Paul Thomas Anderson será lançado no dia 27/03 no Cine Líbero Lxardo. O filme traz de volta o talento deste diretor que merece toda a nossa atenção. Na sua filmografia, filmes importantes como “Magnólia” e “Sangue Negro”. Numa história que mescla um drama pessoal com questões religiosas, o filme impressiona. Joaquin Phoenix e Philip Seymour Hoffman têm grandes atuações. ”O Mestre”, desde já, é um dos melhores filmes exibidos este ano.
*Com a polêmica envolvendo a obra do diretor Michael Haneke, especialmente após a exibição de “Amor”, a ACCPA vai oportunamente programar um filme de sua autoria para exibição no Cineclube Alexandrino Moreira em Abril. Com uma obra consistente que foca temas diferentes, Haneke é um diretor que provoca paixões e reações e por isso, sua obra merece ser vista e discutida.
*A coprodução entre Argentina e Brasil, “Infância Clandestina” de Benjamin Ávila, ganhou o prêmio de melhor filme da competição de longas ibero-americanos de ficção do Festival de Guadalajara, que terminou sábado, 9 de março. “Xingu” de Cao Hamburger recebeu o Prêmio Especial do Júri. Na competição de documentários, “Elena” de Petra Costa recebeu uma menção especial. Excluindo “Xingu”, todos os outros filmes continuam inédito em nosso circuito local.
* Uma noite inesquecível ! Ver “A General” de Buster Keaton com acompanhamento musical ao vivo do grande pianista Paulo José Campos de Melo no cinema Olympia foi um dos grandes momentos do ano. Um clima de nostalgia estava presente nesta primeira sessão do projeto CINEMA E MÚSICA, parceria da Fumbel e Fundação Carlos Gomes. Nostalgia pela exibição de um filme do período do cinema mudo, nostalgia pela lembrança de várias pessoas que viram filmes deste modo em vários cinemas do mundo e nostalgia por lembrar como o cinema desta época era simples e belo. Bom saber que este projeto acontecerá toda segunda terça-feira de cada mês, resgatando um evento que aconteceu no próprio Olympia, entre 1912 e 1929, época do cinema mudo. E o próximo filme será “O Circo” de Charles Chaplin. Música, cinema e muita magia ainda vão acontecer nestas sessões. Vamos prestigiar!

*Hoje é dia de ver/rever os Beatles no cinema Olympia com a exibição de “Submarino Amarelo”. Antes da sessão, os músicos Heraldo Meira e Evanildo Vilhena vão tocar músicas do quarteto de Liverpool. Lembro bem quando vi este desenho pela primeira vez e não me canso de rever a criatividade da história, os desenhos bem elaborados e é claro, a eterna música dos Beatles. Bom programa para o domingo!
*Continua a “luta” pelo espaço dos filmes legendados em nossos cinemas. Os dados dos exibidores apontam que as cópias dubladas tem maior público. Sendo assim, o espaço para as cópias dubladas é maior. Para quem pensa que o problema é somente na praça de Belém, outras capitais vivem o mesmo processo. Afinal, o público prefere o filme dublado por qual razão? Preguiça de ler as legendas? O que será que faz o público optar em ouvir uma voz dublada em detrimento da voz original de atores como Jack Nicholson, Dustin Hoffman e Robert de Niro . Você já viu a famosa cena de “Taxi Driver” em que o personagem de De Niro fala sozinho olhando para o espelho em cópia dublada? Nada mais patético. Enfim, a “luta” continua.


ESTRÉIAS DA SEMANA
“A Busca” com Wagner Moura
“A Fuga”com Eric Bana
“Linha de Ação” com Mark Whalberg e Russel Crowe
 
AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira: Dia 01/04 (nova data), em parceria com a ACCPA, será exibido o filme “Diabel” de A. Zulawski (mesmo diretor de “Possessão” com Isabelle Adjani e “O Importante é Amar”). O filme será exibido às 19 h, entrada franca e debate após a exibição com críticos da ACCPA.

*Cine Olympia : Dentro da mostra de filmes românticos que começou a ser exibida na sexta-feira, hoje é a vez do clássico “O Morro dos Ventos Uivantes” de William Wyler com Laurecnce Olivier no elenco. Realizado em 1939, este filme é uma das melhores adaptações cinematográficas do livro de Emily Bronté e será exibido às 18:30h com entrada franca. Na sessão Cinemateca de hoje, que tem o apoio da ACCPA e acontece todos domingo às 16h, será exibido o desenho animado “Submarino Amarelo” com músicas dos Beatles. Este trabalho é um dos mais significativos do gênero e merece ser visto pelas novas gerações. Além disso, nunca é demais ouvir os Beatles. Entrada Franca. A partir desta semana, a programação do cinema Olympia sempre vai iniciar às sextas-feiras.
*Cine Líbero Luxardo: Desde o dia Dia 14/03 está sendo exibido ANIMALDIÇOADOS - Festival Internacional de Animação de Horror. O festival reúne filmes de animação, brasileiros e estrangeiros de terror, horror, suspense e outros gêneros amaldiçoados dedicados ao público adulto que poderá assistir com exclusividade a algumas estreias internacionais. O festival será exibido até o dia 24/03.
*Cine Estação : “”Amor” de Michael Haneke continua em exibição até o dia 24/03. Vencedor de vários prêmios internacionais, o filme ganhou recentemente o “Oscar” de melhor filme estrangeiro e sua volta ao circuito alternartivo é muito oportuna para aqueles que ainda não viram este belo trabalho.

domingo, 10 de março de 2013

CINE TROPPO - SEMANA DE 08 À 14/03/13

CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira

DVD/”Magical Mistery Tour”
Quando este filme foi exibido na TV inglesa em 1967, os Beatles já eram um fenômeno musical sem precedentes. Depois de lançarem a obra-prima musical “Sgt. Pepper”, tudo era possível para estes quatro grandes músicos. E assim foi concebido o filme “Magical Mystery Tour” a partir de ideias isoladas de cada um tendo como referência uma grande viagem de ônibus onde os passageiros interagiam com muitas confusões e cenas surrealistas. Na direção, Paul McCartney assumiu o projeto e na montagem tentou dar uma unidade à tantas situações filmadas a revelia de um roteiro central. O resultado é um filme curioso, um Road-movie sem história mas sem unidade. Mas quando o filme enfraquece neste item, entra as sequências musicais dos Beatles que aqui sim, sabem o que fazem. “Magical Mystery Tour” na época de seu lançamento foi muito criticado mas hoje pode ser visto como uma experiência cinematográfica curiosa dos mestres do rock and roll. No DVD , extras interessantes que certamente vão chamar a atenção dos beatlemaníacos de plantão (que não são poucos).Vale a pena conferir.

 
Cinema/”Era UmaVez Eu, Verônica”
Marcelo Gomes é um dos bons diretores em atividade do cinema brasileiro. Desde “Cinema, Aspirinas e Urubus” que seu nome é acompanhado com atenção pelos críticos e pelo público. “Em “Era Uma Vez Eu, Verônica” ele mostra a história de uma mulher que vive um momento de incerteza sobre sua vida pessoal, profissional e afetiva. O filme nos mostra com sensibilidade os momentos de transformação desta personagem, levando em conta sua dúvida sobre o presente e sua angústia pelo futuro. Com ótima direção e excelente atuação de Hermila Guedes (de “O Céu de Suely”), o filme consegue com simplicidade na narrativa e no roteiro, provocar o espectador nas questões que atormentam Verônica. Confira !

“Oscar” 2013
A cerimônia do “Oscar” 2013 mais uma vez confirmou que este prêmio é mais do que nunca duvidoso. Grandes atores não foram premiados (Robert De Niro, Emmanuelle Riva), Steven Spielberg faz um filme de autor e não foi premiado, Anne Hatthaway vence como melhor atriz coadjuvante num atuação questionável, “Argo” ganha prêmios como melhor roteiro original com outros candidatos muito melhores no paréo além da clara divisão de prêmios entre os indicados que fica cada vez mais óbvia ano após ano. “Indomável Sonhadora” que teve várias indicações, não foi premiado em nada e é sem dúvida um filme melhor que grande maioria. Apesar do absurdo de não premiar Emmanuelle Riva por “Amor” (categoria vencida pela excelente atriz Jennifer Lawrence), a cena mais triste da cerimônia foi a atitude política de Hollywood de colocar a esposa do presidente americano para dar o “Oscar” de melhor filme para “Argo”, filme maniqueísta, e tendencioso à política americana. Para quem acredita em Papai Noel, foi apenas um belo momento da primeira dama. Para quem procura entender a eterna relação entre política, ideologia e cinema, um absurdo total. Que venha o “Oscar” 2014 com mais e melhores filmes para esquecer as bobagens que vimos este ano.

Debate
A polêmica em torno do filme “Argo” oportunizou a realização de um debate que em breve a ACCPA vai promover com a participação do público. Com o tema CINEMA, IDEOLOGIA E ENTRETENIMENTO, o debate vai abordar vários assuntos a partir do exemplo de filmes como “Argo” entre outros títulos. Críticos da ACCPA e convidados estarão interagindo com o público. Em breve, informações sobre data, horário e local do debate.

ESTRÉIAS DA SEMANA

“Oz : Mágico e Poderoso” de Sam Raimi
“O Amor é Tudo o que Você Precisa” de Susanna Blier

AGENDA

*Cineclube Alexandrino Moreira: Dia 09/03, em parceria com a ACCPA, será exibido o filme “Poesia” de Lee Chag-Dong. O filme ganhou o prêmio de melhor roteiro no festival de Cannes de 2011 e será exibido às 19 h, entrada franca e debate após a exibição com críticos da ACCPA.

*Cine Olympia : Hoje é o último dia da mostra em homenagem a semana da mulher com o filme “Quem Bom te Ver Viva” de Lúcia Murat. Na sessão Cinemateca, hoje às 16h, será exibido o drama “Um Grito no Escuro”com Meryl Streep. Entrada Franca. Terça-feira, dia 12, inicia o projeto CINEMA E MÚSICA que acontecerá sempre na segunda terça-feira de cada mês com exibição de clássicos do cinema mudo com acompanhamento musical ao vivo do pianista Paulo José Campos de Melo. Na abertura do projeto, exibição de “A General” de Buster Keaton às 18:30h. Entrada Franca.

*Cine Líbero Luxardo: Hoje é o último dia de exibição de “Era Uma Vez, Eu, Verônica” de Marcelo Gomes (cineasta de “Cinema, Aspirinas e Urubus”). A partir do dia Dia 14/03 será exibido o ANIMALDIÇOADOS - Festival Internacional de Animação de Horror. O festival reúne filmes de animação, brasileiros e estrangeiros de terror, horror, suspense e outros gêneros amaldiçoados dedicados ao público adulto, que poderá assistir com exclusividade a algumas estreias internacionais.“Animaldiçoados” será exibido de 14 a 24 de março.

*Cine Estação : “”Amor” de Michael Haneke volta a ser exibido em nosso circuito, felizmente. Vencedor de vários prêmios internacionais incluindo o “César” e mais recentemente o “Oscar” de melhor filme estrangeiro, o filme conta a história de um casal de idosos que tem que enfrentar mudanças na sua vida, especialmente quando um deles fica doente. Com excelentes atuações de Emmanuele Riva e Jean-Louis Trintignant, o filme merece ser visto e discutido. “Amor” será exibido hoje às 10h, 18h e 20h30 ficando em exibição até o dia 31/03.

sábado, 2 de março de 2013

CINE TROPPO - SEMANA DE 01 À 07/03/13

CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira

Crítica/ “O SOM AO REDOR”

Um país, uma cidade, uma rua, vários personagens e uma ilusão de harmonia, de paz e de tranquilidade que não existe. Não pode existir. Não tem como existir. Afinal, as diferenças sociais, pessoais, de poder e de pobreza estão no dia a dia, nas coisas, no som das coisas e pesssoas e principalmente, nos silêncios de tudo e todos. E é sobre estes “silêncios” que Kleber Mendonça fez “O Som ao Redor”, um dos melhores filmes brasileiros dos últimos anos. O filme mostra a rotina de personagens de uma rua de Recife que vivem sob o regime da apatia, da indiferença, do ódio, da incomunicabilidade e da infelicidade. Alguns personagens tem o poder econômico. Outros, o poder da raiva e da revolta demonstrados a qualquer momento. Cada personagem é construído no filme com o mínimo de informação ao espectador mas como Kleber Mendonça filma sua história, nada mais é preciso para entendermos o universo que cada um vive. Raras vezes vi um diretor filmar tão bem seus personagens, sua ambientação, seu exterior e principalmente seu interior. “O Som ao Redor” é um filme sobre o silêncio de cada um dos personagens sobre este mundo em que vivem. Silêncio este que cria um sentido de anarquia que pode explodir a qualquer instante,seja numa reunião de condomínio, seja durante uma festa do “dono” da rua, seja num telefonema. E é com esta ambientação que o filme se desenvolve brilhantemente. Com influência de vários estilos e escolas de cinema, inclusive do cinema novo brasileiro, podemos encontrar em “O Som ao Redor” a realidade brasileira (?) exposta na veia, no coração, sem filtros, sem misericórdia. Por isso, o filme tem um clima mágico, estranho. Porque é realista, duro e não desvia o seu olhar do que está registrando. O cinema é fantasia? “O Som ao Redor” é sobre a realidade, nua e crua. Oportuno em registrar os conflitos diários do nosso dia a dia social, o filme de Kleber Mendonça vai além. Desperta no espectador um sentimento de choque, de realidade, de surpresa, de tristeza com o que vê através dos acontecimentos desta rua que é de Recife e pode/deve ser de qualquer cidade/país. Ao sair do cinema, o que fazer com tanta informação, emoção, realidade muitas vezes escondida através da mídia, do mundo virtual, do mundo áudio-visual? Kleber Mendonça certamente não deu respostas para essa questões mais deixou em cada espectador um rastro de pensamento e reflexão como há muito tempo não se faz no cinema brasileiro. Sem mais palavras para definir a dimensão deste grande filme, sugiro apenas que quem puder ver “O Som ao Redor” que veja logo pois o filme sai de cartaz do nosso circuito neste domingo.

ESTRÉIAS DA SEMANA

“Era Uma Vez Eu, Verônica” de Marcelo Gomes
“Dezesseis Luas”
“Amanhecer Violento”

AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira: Dia 09/03, em parceria com a ACCPA, será exibido o filme “Poesia” de Lee Chag-Dong. O filme ganhou o prêmio de melhor roteiro no festival de Cannes de 2011 e será exibido às 19 h, entrada franca e debate após a exibição com críticos da ACCPA.
*Cine Olympia : Hoje (domingo) é o último dia da mostra de filmes em homenagem a atriz Bette Davis com a exibição de “O Que terá Acontecido com Baby Jane?” de Robert Aldrich às 18: 30h. Davis tem uma atuação antológica ao lado de Joan Crawford.Na sessão Cinemateca, hoje às 16h, será exibido o drama “A Carta”, dentro da mostra de Bette Davis. A partir do dia 05/03, será exibido uma mostra de filmes em homenagem a semana internacional da mulher em parceria com o GEPEM (UFPa). Entre os títulos que serão exibidos, "Quem Bom te Ver Viva" de Lúcia Murat. Entrada Franca.

*Cine Líbero Luxardo: Dois filmes nacionais de grande qualidade estão em exibição: “Era Uma Vez, Eu, Verônica” de Marcelo Gomes (cineasta de “Cinema, Aspirinas e Urubus”) e “O Som ao Redor” (em exibição até domingo às 16:30 h), excelente filme de Kleber Mendonça Filho que está sendo considerado com um dos grandes filmes nacionais dos últimos anos. O filme mostra a rotina de uma rua de classe-média na zona Sul do Recife que toma um rumo inesperado após a chegada de uma milícia que oferece paz de espírito e segurança particular.
*Cine Estação : “”Amor” de Michael Haneke volta a ser exibido em nosso circuito, felizmente. Vencedor de vários prêmios internacionais incluindo o “César” e mais recentemente o “Oscar” de melhor filme estrangeiro, o filme conta a história de um casal de idosos que tem que enfrentar mudanças na sua vida, especialmente quando um deles fica doente. Com excelentes atuações de Emmanuele Riva e Jean-Louis Trintignant, o filme merece ser visto e discutido. “Amor” será exibido hoje (domingo) às 10h, 18h e 20h30.

Coluna Cineclube - Dia 29/01/23